História da Educação
Resumo: A concepção de criança que temos atualmente nem sempre foi o mesmo por todo o período da existência da humanidade. Segundo Philippe Ariès, mudanças quase que invisíveis ocorreram em relação ao tratamento e a forma dos adultos face à criança. A análise feita pelo autor problematiza como o conceito da infância se deu nas construções sociais de diferentes períodos históricos, na Idade Antiga, na Idade Média, na Idade Moderna e por fim na Idade Contemporânea. Na Idade Antiga (século IVa. c. - IVd. c.) o autor nos mostra como a criança era legitimada através de um ato chamado “levatio”, onde o pai levantava a criança e se fosse de sua vontade à legitimava , do contrário a criança era abandonada, e o infanticídio fazia-se presente e que nesse período era praticado normalmente. Nessa época a sexualidade e a procriação eram atos separados, e era extremamente comum a adoção. Na Idade Média a criança era vista como um pequeno adulto, há uma valorização da fecundidade e os laços de sangue quer legítimos ou ilegítimos assumem um valor extraordinário; a criança já começa a ter uma aprendizagem junto aos mais velhos e eram os mosteiros que se encarregavam dessa educação. Nessa época a família era extensa e baseada em laços de lealdade, o que significava maior possibilidade de sobrevivência e poder econômico, é nesse período que as famílias adotam valores cristãos. Na Baixa Idade Média (século XII-XIII), a Igreja e o Estado começam a ter mais poder na vida privada; a cultura, e por conseguinte a escola, reconquista os seus direitos e se difunde a partir do século XII, a escola tende a substituir o aprendizado. Já na Idade Moderna (século XVI-XVIII), há um sentimento bifronte em relação as crianças, de um lado solicitude e ternura, e de outro ainda solicitude, mas também severidade e educação; ainda nessa época há a permanência do infanticídio, mas de uma maneira dissimulada e vergonhosa. Nesse período há uma redução da