Por volta de 1573, os escravos fugiam para o agreste nordestino e organizavam-se em quilombos. Na vegetação de capoeira típica dessa região, se entrincheiravam para praticar a luta que os defenderia dos capitães-do-mato – os encarregados de capturá-los e levá-los de volta aos senhores de escravos. Assim, “capoeira” passou a designar também aquela pratica de defesa. Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros que tinha como principais funções à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Quando os escravos eram vistos jogando capoeira, costumava-se dizer: “Estão brincando de Angola”. E assim, angola passou a ser sinônimos de capoeira - e sua prática passou a ser condenada. Séculos depois, mesmo com a liberação dos escravos, em 1888, a capoeira ainda não era aceita. De 1890 a 1930, foi considerada crime pelo Código Penal da Republica, que previa pena de até seis meses de prisão para quem praticasse essa luta na rua. A capoeira só passou a ser reconhecida como pratica legal em 1930, quando Mestre Bimba (Manoel dos Reis) apresentou a luta para o Presidente Getúlio Vargas que acabou gostando da arte e transformando-a em um esporte tipicamente brasileiro. Para tirá-la da marginalidade, Mestre Bimba sistematizou e adaptou alguns de seus movimentos, eliminando a “malicia” do capoeirista, qualidade associada à malandragem. Além disso, instituiu o uniforme branco, usado até hoje. Essa nova modalidade da luta, a capoeira regional, divulgava a pratica como o único esporte genuinamente nacional. Hoje duas correntes convivem: a Angola, que representa a resistência negra e as tradições dessa cultura; e a Regional, que considera a luta