HISTÓRIA DA ARTE
Luna
20111221-altamira.jpg
Verão, norte da Espanha, 1879, Dom Marcelino Sanz de Sautuola, um arqueólogo amador, acompanhado de sua filha Maria de 12 anos, procura vestígios pré- históricos numa gruta. Enquanto escavava junto da entrada, Maria entra na gruta e descobre algo extraordinário. Ao gritar pelo pai, ele corre para o interior da gruta escura e encontra a filha numa reentrância onde o teto era tão baixo, que ele teve de curvar-se. Ao mirar a lanterna no teto, vê com espanto a perfeita forma de um bisonte, surgindo por cima deles. À medida que percorre a luz da lanterna pelas rochas ondulantes, mais e mais animais vão surgindo. Aquelas impressionantes pinturas em tons de vermelho, castanho, amarelo e preto, que pareciam despertar de um sono, foram feitas por artistas da idade da Pedra Lascada, ocultas por milhares de anos antes de Maria olhar sobressaltadas para elas.
A autenticidade das pinturas de cores fortes, com detalhes e forte observação da natureza, só foi reconhecida vinte anos mais tarde. Claro, nunca se tinha visto nada semelhante, difícil crer que o homem da Idade da Pedra pudesse criar imagens tão sofisticadas. Altamira é conhecida em todo mundo, uma longa caverna cheia de curvas e contracurvas que penetram a colina numa extensão de 270 metros, afunilando de tal modo que em um ponto é necessário rastejar. As paredes estão decoradas com numerosos desenhos de animais, em especial bisontes.
O poder e vitalidade dos animais estão brilhantemente realçados pelo engenho dos artistas originais, que utilizaram a ondulação natural da sua tela de pedra, as saliências e concavidades foram utilizadas para a representação da cabeça e corpos, como em terceira dimensão. A tinta era feita à base de pigmentos naturais, pulverizados e provavelmente misturados a gordura animal, constituindo uma pasta que era depois aplicada às paredes e tetos com os dedos, provavelmente.
Quando Altamira