História da arqueologia
A arqueologia é, hoje, um ramo do conhecimento que adquire, progressivamente, o caráter de ciência, no sentido de que se serve de muitas outras disciplinas, a fim de assegurar a validade de seus dados e de obter enfoques teóricos cada vez mais rigorosos. Mas, como é lógico, nem sempre foi assim. Como outros estudos relacionados com o Homem, a arqueologia teve muito trabalho, mais do que as ciências exatas ou naturais, em alcançar uma posição respeitável no mundo acadêmico; podemos dizer que ela só conseguiu isso muito recentemente, no nosso século. Antes, o estudo dos restos materiais do passado atravessou etapas muito diferentes, propondo objetivos que hoje deixamos completamente de lado. O interesse em expor as linhas mestras dessa evolução consiste em observar como foram sendo superados esses outros interesse até restar somente o interesse puramente científico e objetivo, que a arqueologia possui hoje. Da mesma forma, se verá também como o desenvolvimento dessa ciência esteve ligado, desde suas origens, a outras disciplinas que ainda hoje a influenciam, em maior ou menor medida, segundo as distintas tradições acadêmicas: a Geologia, a Antropologia e a História. Por outro lado, ao examinar a história de nossa disciplina podemos reconhecer como, na atualidade, sobrevivem ainda concepções populares, que surgiram em algum momento do passado, mas que não desapareceram totalmente e, talvez, não desapareçam nunca. Assim, é possível encontrar uma visão mítica do passado em lugares interioranos, onde essa tradição remonta a muitos séculos atrás. Essa mesma visão temos, também, na crença dos contatos do passado com populações extraterrestres, ainda que essa idéia se disfarce de um falso cientificismo. Em segundo lugar, a visão antiquarista persiste de forma tenaz ainda em nossos dias. A idéia de que os restos do passado são valiosos e que pertencem a quem os encontra não só aparece ligada às velhas mentalidades