História ambiental: pressupostos e possibilidades.
Este trabalho tem como objetivo analisar algumas das possibilidades teórico-metodológicas relacionadas ao ensino de história, tendo como fundamento a história do meio ambiente, a história local e a história temática. Objetiva-se ainda, debater o embasamento teórico pertinente à questão, discutindo questões relacionadas às praticas docentes, sobretudo no que se refere aos atuais desafios lançados ao ensino de história.
Enquanto ciência pode-se afirmar convictamente que a história encontrou seu lugar: desde o século XIX viu-se o aperfeiçoamento de seus métodos e a rigorosa delimitação de seu objeto de pesquisa. A partir do século XX novos referenciais teóricos enriqueceram ainda mais o discurso historiográfico. E até mesmo as críticas associadas ao contexto histórico batizado de “crise da razão”, dentro da segunda metade do século XX, foram satisfatoriamente assimiladas e tornaram-se leitura obrigatória para os historiadores. Já a história, enquanto disciplina escolar, ainda carece de auto-afirmação. Mesmo todo o desenvolvimento epistemológico construído através de décadas de debates ricos em produção acadêmica, não foi suficiente para retirar completamente da história a antiga alcunha de “matéria decorativa”. As diferenças entre a história acadêmica e a história escolar fundamentam-se nas atribuições dadas à segunda, ao longo da história da consolidação do Estado Nacional. Na academia, a história buscou legitimação científica e confiabilidade presentes no “projeto moderno” (REIS, 2003: p. indisponível), enquanto a história escolar foi responsabilizada pela formação de uma identidade nacional e de valores patrióticos. É verdade que também a história acadêmica foi influenciada pela formação dos Estados Nacionais, no entanto, foi a história escolar a responsável por propagar o sentimento de pertença à Nação; afastando-se, inclusive do rigor científico da história acadêmica,