Teoria de sistemas
Caso: Calcinação da gipsita no semi-árido para produção de gesso
Transformações vigorosas nos ambientes do semi-árido vêm ocorrendo em parte pelo crescimento populacional, fazendo com que os meios e recursos sejam empregados em seus limites, e em parte pelas transformações soci- ais que agentes internos ou externos promovem.
Ponderar sobre problemas ambientais pressupõe essencialmente a reflexão sobre teoria de sistemas. Mas consi- derar o ambiente como um problema só foi possível a partir de uma abordagem muito particular nessa teoria.
Isto porque, o ambiente só torna-se um problema quando ele passa a fazer parte do meio interno do sistema, convertendo-se em objeto de controle. Os problemas ambientais tornaram-se “problemas” quando os sistemas, até então concebidos como sistemas fechados ou mecânicos, passaram a ser interpretados como sistemas abertos ou semi-abertos. Não é sem razão, portanto, que as soluções de controle propostas (como a reciclagem) sejam medidas típicas dos sistemas orgânicos (como a retroalimentação).
Mas se por um lado a teoria de sistemas mostra ao analista os princípios da “reciclagem”, ela também mostra a sua impossibilidade nas condições vigentes. Tal pode ser deduzido no esquema proposto na figura abaixo para uma “ecologia global”, onde a reciclagem em diferentes níveis opera para preservar “recursos limitados” e para
“reduzir dejetos”. Ocorre que os “recursos limitados” são tanto de ordem financeira como não-financeira. Co- mo os primeiros são bem mais limitados que os segundos, aqueles terão preferência, não se poupando materiais, energia ou esforço humano (recursos não-financeiros). Além disso, o pressuposto que um sistema pode operar com elevadas taxas de trabalho interno (reciclagem) sem algum aporte externo de energia é um pressuposto tipicamente mecânico (o relógio). Sem energia vindo do meio externo, como nos sistemas