Historia da Psicologia Moderna
2112 palavras
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A história da psicologia moderna tem sido a história de uma longa e persistente crise de cientificidade. Três grupos distintos de argumentos têm sido usados ao longo desta como obstáculos à possibilidade de constituição da psicologia como ciência. O primeiro grupo é composto pelos argumentos filosóficos contra a própria ciência moderna. Questionando a psicologia especificamente, temos outros dois grupos, o dos argumentos ontológicos e o dos metodológicos. Entre os ontológicos, temos os da natureza inquantificável do objeto da psicologia; da simultaneidade da condição de sujeito e objeto; da indivisibilidade do fenômeno psíquico; da inexistência de objeto próprio da psicologia; da alteração do ser humano pela interação; do significado como verdadeiro objeto psicológico; do livre-arbítrio e da necessidade de adoção de um método distinto do das ciências naturais. Entre os metodológicos, temos as alegações de impossibilidade de observação direta do objeto; da dificuldade metodológica de quantificação; das limitações éticas para a pesquisa e da enorme quantidade de variáveis envolvidas na explicação psicológica. Muitos destes problemas foram superados ao longo da história da disciplina, mas alguns deles ainda hoje esperam solução filosófica, o que faz da psicologia moderna um projeto de ciência inacabado.
Parcialmente derivado de tese de doutorado (Castañon, 2006), este estudo histórico-teórico apresenta um inventário sintético dos problemas filosóficos que, antes e durante o desenvolvimento da psicologia, colocaram-se como obstáculos à plena integração desta ao projeto da ciência moderna, fazendo de sua história a história de uma longa e persistente crise de cientificidade. A partir disso, oferece uma breve avaliação do estado atual de cada um destes obstáculos e desta crise endêmica como um todo.
Uma vez que a ciência moderna se apresenta como atividade que estabelece hipóteses sobre leis naturais através de experimentação e formalização (se possível