historias
“Depois de terem sido espingardeados os cinco indivíduos de quem já falamos, os infelizes soldados foram,em número de duzentos e cinqüenta e seis, inclusive os cidadãos presos na noite anterior, recolhidos às enxovias da cadeia até o dia 20, em que foram transferidos para bordo de um brigue denominado Diligente, depois Palhaço, comandado pelo tenente Joaquim Lúcio de Araújo (...).
“Ali, em um dos dias de maior calor neste clima, foram lançados no porão ou em um espaço de trinta palmos de comprido, vinte de largura e doze de alto, fechando-se as escotilhas e deixando-se apenas aberta uma pequena fresta para a entrada de ar. Encerrados ou atochados em tão estreito recinto, esses infelizes, que pertenciam a diversos partidos e cores, que convinha extremar, romperam logo em gritos e lamentos, exasperados pelo calor e falta de ar, que experimentavam; e no meio dessa terrível vozeria, ouviram-se algumas ameaças contra a guarnição de bordo, as quais se deviam considerar como impotentes efeitos da desesperação.
“Pela narração de um dos quatro, que puderam sobreviver à matança, soube-se que os infelizes presos foram instantaneamente acometidos de violentas dores de cabeça e suor copioso, sobrevindo-lhes uma sede insuportável, e afinal grandes dores no peito. Bradaram várias vezes por água para saciar a sede, que os devorava, e água do