Historiadores
Em oposição à história rankeana surge, no século XX, a iniciativa dos Annales. O discurso da primeira geração dos Annales, que tem em Lucien Febvre e em Marc Bloch seus pais fundadores, e na revista Annales d´histoire économique et sociale seu instrumento de ação, apoia-se nos seguintes pressupostos:
(a) a oposição à história positivista dominante;
(b) a hostilidade ao discurso e à análise políticas;
(c) a crença no declínio e ineficácia das ideologias e rejeição ao capitalismo e aos regimes totalitários de direita e esquerda;
(d) a valorização do presente no qual emergem as questões do historiador;
(e) a abertura a outros temas, como a natureza, a população, os costumes;
(f) a ampliação de fontes;
(g) a ampliação de métodos, que passam a incluir conceitos e procedimentos da Estatística, da Demografia, da Lingüística, da Psicologia, da Numismática, da Arqueologia, etc;
(h) a tentativa de conciliar os antagonismos e superar a germanofobia da geração precedente;
(i) a substituição da história factual pela longa duração;
(j) a intervenção ativa, por parte do historiador, diante de documentos e arquivos, já que constrói seu material e deve confrontar suas hipóteses com os documentos coletados.
As alianças que os historiadores dos Annales travaram com outras áreas do conhecimento lhes propiciaram a apropriação de categorias e abordagens originais recolhidas fora do seu campo de atuação. Da Linguística, Antoine Meillet traz o noção de utensilagem mental; da Psicologia toma-se para a História o estudo da sensibilidade e da vida afetiva; da Sociologia retoma-se o conceito durkheimiano de fato social; da Geografia