Historiadora
O Brasil República era palco de um fenômeno político muito especifico, conhecido como “coronelismo”. O “coronelismo” é descrito por Leal como “resultado da superposição de formas desenvolvidas representativo a uma estrutura econômica e social inadequada”. Ou seja, fenômeno resultado do caráter extremamente representativo assumido pelo governo juntamente com a decadência do sistema e social no qual essa política se dá. Para explicar esse fenômeno Leal se apóia em uma linha onde o foco desse sistema é o voto, o voto e o eleitorado, daí o titulo de seu trabalho, “Enxada e Voto”. Para defender sua tese, Leal desmembra esse sistema em todos os seus aspectos. Em primeiro lugar devemos entender a dinâmica básica desse sistema, onde o governo financia o poder publico privado que por sua vez oferece apoio incondicional ao governo. Isso se dá, pois o maior numero de eleitores se concentra nas áreas rurais, e o governo não tem acesso a eles, senão por intermédio de um poder local. Dentro desse panorama, a figura dos “coronéis” recebe maios destaque como líder, apesar deste receber apoio de aliados e as vezes ate ser representado por eles, mesmo assim, é ainda o coronel que detêm o poder primário de votos. O líder local tem esse controle dos votos, a partir do momento em que assume uma postura patriarcal perante o município, onde controla uma massa humana que sobrevive a partir da terra e vive em lamentáveis situações de pobreza, ignorância e abandono. Essa classe trabalhadora tem na figura do líder regional, um bem feitor, um conceito uma tanto mascarado a partir do momento em que o coronel só se destaca financeiramente perante essa grande massa, pois essa não é detentora de poder financeiro algum, então qualquer poder financeiro por mais medíocre que seja acaba se destacando. Esse coronel por sua vez faz uso de seu poder financeiro limitado e de suas influencias para conceder algumas melhorias ao município, dessa forma ganhando