Historiadora
Daniela Adriana Behrendren*
Greice Kelli Ribeiro**
RESUMO
Este artigo tem por objetivo analisar os conceitos fundamentais da filosofia existencialista de Jean Paul-Sartre, a partir da influência da fenomenologia husserliana e do materialismo histórico-dialético proposto por Marx. "O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós" (SARTRE). Antes de chegar nesta tão célebre frase, Sartre passou por toda uma construção anterior desse pensamento, resultando posteriormente no pensamento conhecido como existencialista. Partindo desta analítica existencial de Sartre, o artigo propõe que, o homem é aquilo que ele mesmo faz de si, o que constitui a subjetividade. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é de pôr todo o homem na posse do que ele é e de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência. Para o existencialista, não ter a quem culpar já que Deus não existe, e o subconsciente não existe, é o que leva ao pensamento da liberdade não livre, pois, junto com eles, desaparecem toda e qualquer possibilidade de encontrar valores inteligíveis, nem um modelo pré-definido a ser cumprido.
Palavras-chave: Existencialismo de Sartre, Fenomenologia, Materialismo Histórico-dialético.
Introdução
Jean-Paul Sartre (1905-1980) nasceu em Paris, no dia 21 de junho de 1905. O pai faleceu dois anos depois e a mãe, Anne-Marie Schweitzer, mudou-se para Meudon, nos arredores da capital, a fim de viver na casa de Charles Schweitzer, avô materno de Sartre. Em 1924, aos dezenove anos de idade, Sartre ingressou no curso de filosofia da Escola Normal Superior, onde não foi aluno brilhante. Na Escola Normal, Sartre conheceu Simone de Beauvoir (1908 - 1986), a qual foi sua companheira durante a vida. Terminado o curso de filosofia, em 1928, Sartre teve de prestar o serviço militar e o fez em Tours, na função de