Historia
Após a II Guerra Mundial, variados fatores propiciaram uma conjuntura favorável à descolinização. A nova ordem internacional instituída pela Carta das Nações Unidas e a primeira vaga de descolonizações tiveram importantes repercussões na política colonial do Estado Novo. A partir do momento em que a ONU reconheceu o direito à autodeterminação dos povos e em que as grandes potências coloniais começaram a negociar a independência das suas possessões ultramarinas, torna-se difícil para o Governo português manter a política colonial instituída na publicação do Acto Colonial, em 1930. Todavia, Portugal não parecia disposto a abrir mão do seu império colonial, não obstante as pressões a que foi sujeito. Como tal, tentou, por diversos meios, ludibriar a comunidade internacional, pretendendo convencê-la da legitimidade que Portugal tinha para manter as suas colónias. Toda a questão colonial acontece tanto no regime de António de Oliveira Salazar (1932-1968) como no regime de Marcelo Caetano (1968-1974).
Soluções Preconizadas
A adaptação aos novos tempos processou-se, primeiramente, em duas vertentes complementares: uma ideológica e outra jurídica.
Em termos ideológicos, a mística do império que na década de 30 fora um dos pilares do Estado Novo, é substituída pela ideia da "singularidade da colonização portuguesa", inspirada na teoria do sociólogo Gilberto Freire, designada como teoria luso-tropicalismo, que serviu para retirar o carácter opressivo que assumia nas colónias. Esta teoria , de cariz sociológico, desprovida de qualquer propósito político, mas rapidamente utilizada por Salazar para servir os fins do regime, defendia que os Portugueses se tinham adaptado facilmente à vida nas regiões tropicais, sendo totalmente favoráveis à miscigenação, dado que não tinha qualquer preconceito racista. Assim, o Estado Novo esforçava-se por propagar, apropriando-se desta teoria, que, ao contrário das outras potências ocidentais, a nossa dominação colonial não se