Relação: Vassalagem e Suserania Na sociedade feudal, os senhores feudais ligavam-se entre si por meio de um complexo sistema de obrigações e tradições. A base social dos reinos feudais se constituiria a partir da combinação de tradições, costumes, crenças e estruturas sociais herdadas dos romanos e dos povos germânicos, tais como: a clientela, relação de dependência existente na Roma antiga, a partir da qual um cliente ligava-se a um senhor em busca de proteção, em troca, tendo obrigações para com o senhor; o colonato, de origem romana, era a obrigatoriedade de permanência do colono nas propriedades rurais; o comitatus, da tradição germânica na qual o guerreiro devia absoluta lealdade ao chefe tribal, contribuindo para a formação das relações de suserania e vassalagem. Como a terra tinha grande importância na época feudal, era comum entre a nobreza a retribuição de serviços prestados com a concessão de terras. Os nobres que as cediam eram os suseranos e aqueles que as recebiam tornavam-se seus vassalos. Havia um cerimonial, a homenagem, que acompanhava a concessão do feudo (o beneficium), ocasião em que o vassalo jurava fidelidade ao suserano, momento denominado de investidura. O vassalo comprometia-se à acompanhar o suserano nas guerras, assim como o suserano jurava, em reciprocidade, proteção ao vassalo. Os vassalos tinham, assim, obrigações para com seus suseranos como, por exemplo, o Consilium (o conselho), que consistia em geral na obrigação de participar das assembleias reunidas pelo senhor, e em particular, na obrigação de aplicar a justiça em seu nome, e o Auxilium, a ajuda, em geral militar e eventualmente financeira. O vassalo devia, pois contribuir para a administração, a justiça e o exército senhoriais. Em contrapartida, o senhor devia-lhe proteção. Essa relação de obrigação recíproca entre suseranos e vassalos fez da dependência a característica principal das relações sociais feudais.
Texto: A importância da Igreja na Idade Média