Jardim das cerejeiras
Versão: 1.3
Escrito por Anton Tchékhov - 1904
Traduzido por Jorge Maricato - 2013
Personagens
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LIUBOV ANDRÊIEVNA RANÉVSKAI (Madame RANÉVSKAI), a proprietária das terras
ÂNIA, sua filha, 17 anos
VÁRIA (BÁRBARA MIHAILÓVNA), sua filha adotada, 27 anos
LEÔNID ANDREIÊVITCH GAÉV, Irmão de madame Ranévskai
IERMOLAI ALEXEIÊVITCH LOPAKHIN, um comerciante
PIOTR SERGEIÊVITCH TROFÍMOV (PÉTIA), um estudante
BÓRIS BORISSOVITCH SIMEONOV-PISCHIN, um proprietário de terras
CHARLOTA IVANÓVNA, uma governanta
SÍMEON PANTELEIÊVITCH IEPIKHODOV, um escriturário
DUNIACHA (AVDÓTIA FEDORÓVNA), uma criada
FIERS, um velho servo, 87 anos
IACHA, um servo novo
Um vagabundo
Um chefe de estação de trem
Um carteiro
Convidados
Um servo
A peça ocorre no patrimônio de madame RANÉVSKAI.
PRIMEIRO ATO
Um quarto que ainda é chamado de “berçário”. Uma das portas leva para o quarto de ÂNIA. O nascer do sol se aproxima. Mês de maio. As cerejeiras estão dando flores, mas está frio no jardim. Uma geada precoce aparece. As janelas do quarto estão fechadas. DUNIACHA entra com uma vela e LOPAKHIN com um livro em mãos.
LOPAKHIN. O trem chegou, graças a Deus. Que horas são?
DUNIACHA. Quase duas horas. [Apaga a vela.] Já está Claro.
LOPAKHIN. Quanto tempo o trem se atrasou? Duas horas no mínimo. [Boceja e se espreguiça] Eu sou mesmo um desastre! Eu vim para cá apenas para encontrá-la na estação, e acabei dormindo... Na minha cadeira. Uma pena. Você deveria ter me acordado!
DUNIACHA. Eu pensei que você tinha ido embora. [Ouve] Eu acho que eles estão chegando.
LOPAKHIN. [Ouve] Não... Eles terão que carregar as bagagens e vão demorar... [Pausa] Liubov
Andreiêvna está morando no exterior faz cinco anos; não a reconheceria se a visse hoje... Ela é um tipo raro, boa pessoa e simpática. Eu lembro quando eu era um menino de quinze anos, meu pai, já finado, costumava ter uma lojinha aqui na vila, e uma