Historia
Talvez seja o famoso caso de vocação comercial genética ampliada à enésima potência. Ricardo Nunes é filho de um comerciante de bijuterias da cidade de Divinópolis, em Minas Gerais, que faleceu quando o pequeno Ricardo tinha apenas 12 anos. Aos dezessete anos ele pede à mãe emancipação para que possa abrir seu próprio negócio. O primeiro aporte de capital veio da venda de um carro e com esse dinheiro ele foi à Meca de seu pai, a rua 25 de Março em São Paulo, para comprar bichos de pelúcia.
Em 1989 Ricardo Nunes monta sua primeira loja que, apesar de vender ursos de pelúcia e brinquedos, recebeu o nome Ricardo Eletro. Além de imprimir desde o início o molde personalista de negócio, o nome também externava as nada modestas ambições do “camelô organizado”, como Ricardo Nunes se definiu em uma entrevista certa vez.
Com o dinheiro do lucro das pelúcias Ricardo Nunes começou sua peregrinação pelos atacadistas para comprar e vender eletroportáteis. A estratégia de vendas e marketing era agressiva: já nesta época o slogan era “cobrimos qualquer oferta de eletrodomésticos do Brasil”. E a promessa era cumprida à risca; os primeiros eletroportáteis eram vendidos geralmente abaixo do preço de custo. Os lucros vinham da venda dos brinquedos e do grande volume de vendas.
Em seis meses, a Ricardo Eletro já tinha três filiais em cidades próximas a Divinópolis e a gama de produtos aumentou: geladeiras, fogões e televisores foram acrescidos ao estoque. A partir da quarta loja, Ricardo começou a comprar os produtos direto dos fabricantes, aumentando ainda mais a margem de negociação com cliente. As estratégias de guerrilha varejista foram acrescidas de uma cartilha “espartana”: redução dos custos de manutenção ao mínimo possível. Segundo Ricardo Nunes, “economizamos até no cafezinho”. A publicidade, contudo, não obedece a esse rigor financeiro e recebe quantias consideráveis de dinheiro.
Em 1994 Ricardo Nunes deixou de vender pelúcias. Em 1996 a Ricardo Eletro