Historia
Já em 1810, o soberano português assinara um tratado 5 em cujas páginas se comprometia vagamente a cooperar na campanha contra o tráfico, proibindo seus súditos de capturar escravos em outros territórios que não as possessões lusas na África, pretexto suficiente para que a esquadra inglesa começasse a abordar toda e qualquer embarcação avistada no atlântico. Em 1815, as potências europeias reunidas no Congresso de Viena determinaram a abolição do tráfico negreiro ao norte do equador, o que excluía a região da Costa da Mina, principal fornecedora de braços para o Brasil (PRADO Jr., p. 146).
Mas a própria independência traz consigo o primeiro revés para a causa abolicionista. Foi neste período que os grandes proprietários de terra de fato alçaram-se à condição de classe dominante. Sabedores de que com o fim do tráfico, cedo ou tarde a escravidão definharia, dado o crescimento vegetativo negativo dos cativos, são óbvios os motivos que os levaram a postergar a tomada de quaisquer medidas efetivas que visassem à restrição da utilização deste tipo de mão-de-obra. Mas a pressão inglesa se intensificava proporcionalmente à desfaçatez da elite agrária brasileira.
Segundo Furtado, apesar das sólidas razões morais que permeavam suas intenções 6, a coroa inglesa procurava defender os interesses antilhanos, que viam nos escravos brasileiros a causa da redução do preço do açúcar (p. 95).
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