historia
A) A conjuntura internacional.
As mudanças políticas, sociais, econômicas e mentais ocorridas ao longo do séculoXVIII, particularmente nos últimos 25 anos, construíram as bases da sociedade do séculoXIX. Os reinos ibéricos foram os que mais se mostraram refratários a essastransformações. Pode-se buscar uma explicação no fato de que o sistema colonial haviaenriquecido, nesses países, setores comprometidos com o antigo regime, como a nobrezaligada ao monarca e a Igreja. Do mesmo modo, a forte atuação de instituiçõesrepressoras, como a inquisição, inibia a ocorrência de pressões oriundas da sociedade, oque, também, dificultava a renovação.Contudo, após a revolução de 1789, os “abomináveis princípios franceses”passaram a figurar no horizonte ibérico. Portugal foi menos atingido no início do que aEspanha, que teve a sua estrutura política e administrativa abalada por pressões internase externas. O temor português, em relação à Espanha, existente desde o período daUnião Ibérica, seria agravado com a dupla abdicação de Carlos IV e de seu filhoFernando VII em favor de José Bonaparte, irmão de Napoleão, e pela invasão francesa daPenínsula Ibérica em 1807. Após o tratado de Fontainebleau que atribuía parte doterritório português a Espanha, em 1807, e a invasão francesa em novembro do mesmoano, D João colocaria em prática o plano de transferência da corte para o Brasil, pensadopela primeira vez durante a luta pela restauração monárquica no século XVII.A Inglaterra forneceu apoio ao plano, claramente interessada no comércio com os portos brasileiros.Apesar da existência de alguma controvérsia sobre os números da viagem, iniciadaem 29 de novembro de 180,7 os valores mais citados pela historiografia impressionam: 36navios, 15 mil pessoas, os arquivos da Biblioteca Real e um prelo tipográfico foramtransportados.
B) A Corte no Brasil.
A Corte chegou ao Rio de Janeiro em 07 de março de 1808. A capital teve que