Estudante
Ana Luiza Vilela Borges e Eunice Nakamura
O texto aborda as experiências e expectativas dos jovens em relação à iniciação sexual, enfatizando as influências que os papéis de gênero tradicionalmente atribuídos aos homens e mulheres exercem nesse período da vida. Quanto a isso, três aspectos chamam atenção:
As adolescentes, apesar de reconhecerem a desilgualdade cultural presente nas questões de sexualidade, principalmente no seu período de iniciação, acabam reforçando tal pensamento dicotômico do que é ser homem e do que é ser mulher, seus papéis pre-estabelecidos. Ou seja, que os meninos podem e devem iniciar sua vida sexual mais cedo do que elas.
O pepel da virgindade é muito interessante. Ao mesmo tempo em que a preservação da virgindade é super-valorizada socialmente, torna-se um fardo depois de algum tempo. As meninas acham lindo o tradicionalismo de casar virgem e apoiam o simbolismo da virgindade como um presente, porém, não para as suas realidades. Absorvem os valores e condutas moralmente aceitas, ao mesmo tempo em que se angustiam em saber que não conseguirão cumprí-las.
Outra questão a ser destacada são as diferentes razões e justificativas para meninnos e meninas perderem a virgindade. Enquanto os meninos têm total liberdade para iniciação sexual e são até incentivados para isso, as meninas devem controlar-se. Isso se deve à justificativa de que os meninos possuem impulsos sexuais incontroláveis que iniciam antes das meninas, enquanto elas se entregariam ao sexo mais tarde, como um presente, uma ‘recompensa’ pela fidelidade e comprometimento do parceiro, sempre em nome do amor e não do desejo/instinto em si.
É interessante perceber que a questão da virgindade não está tão banalizada como pensamos que esteja, e que algumas adolescentes vêem a iniciação sexual como um marco onde elas passarão a ser responsáveis por seus atos e decisões.
Apesar delas estarem de algum