Historia dos Conceitos Koselleck
UMA HISTÓRIA DOS CONCEITOS: problemas teóricos e práticos*
Reinhart Koselleck
Reinhart Koselleck nasceu em Gorlitz na Alemanha, em 23 de abril de 1923.
Doutor em 1954, teve sua tese publicada em 1959, com o título Kritik und
Krise (há traduções para o francês e o italiano). Seu campo de investigação diz respeito à teoria da história e a aspectos da história moderna e contemporânea.
Foi professor nas universidades de Bochum (1966), Heidelberg (a partir de
1968) e Bielefeld (de 1973 até hoje). É autor de Presussen zwischen Reform und Revolution (1967) e Vergangene Zukunft (1979), e co-autor de Das
Zeitalter der europaischen Revolution (1969), Geschichte-Ereignis und
Erzahlung
(1973),
Objektivitat
und
Parteilichkeit
in der Geschichtswissenschaft (1977), Geschichtfche Grundbegriffe. Historische
Lexikon zur politisch-sozialen Sprache in Deutschland (desde 1972), Sprache und Geschichte (desde 1978). É ainda colaborador da revista Geschichte und
Gesellschaft.
Preferi nesta conferência deixar de lado os problemas de ordem metodológica/prática relativos a uma história dos conceitos, pois do contrário estaria me repetindo, já que há cerca de trinta anos venho me ocupando desta problemática. Seria cansativa a repetição do já conhecido. Optei pela abordagem das questões de natureza teórica, que certamente têm a ver com esse meu campo de investigação e de alguma forma também são fruto desse trabalho de trinta anos.
Listei seis pontos que gostaria de tratar no decorrer desta palestra. O primeiro desses pontos diz respeito ao que possa vir a ser um conceito a respeito do qual poder-se-ia conceber uma história. Naturalmente não é toda palavra existente em nosso léxico que pode se transformar num conceito e que portanto pode ter uma história. Palavras como oh!, ah!, und
(e) etc., são palavras que não comportariam prima facie uma história do conceito (seriam desprovidas de sentido). É preciso estabelecer a distinção entre conceito e palavra, ainda que não me atenha à divisão