História do Islã O estudo das divisões dinásticas e políticas convencionais do Islã permitem retratar como os muçulmanos, ao longo de 14 séculos, conquistaram novos povos e construíram uma civilização e religião internacional. O Islã foi fundado no século VII da era cristã, na Arábia, por Maomé, como uma religião monoteísta que enfatiza a adesão rigorosa a certas práticas religiosas. A religião muçulmana, assentada na escritura sagrada, o Alcorão, converteu-se numa força unificadora de diversos povos, a partir do elemento original árabe. O império que se formou em virtude da expansão muçulmana pelo Oriente e Ocidente não foi apenas árabe, tampouco teve uma tendência religiosa única. Apesar de criadas diversas facções e seitas, o sentimento de coesão do mundo muçulmano não diminuiu. Essa coesão baseou-se no monoteísmo e na prática religiosa, regedora também da vida civil e da justiça, e principal impulsionadora da expansão territorial, da pregação e da guerra santa. Arábia pré-islâmica. A península arábica, um grande planalto desértico cercado por cadeias de montanhas e coberto de areia, impôs condições geográficas duras às populações árabes pré-islâmicas, que se adaptaram de forma dispersa e variada. A diferença de clima entre o norte e o sul constituiu fator fundamental para determinar as condições de vida. No sul, as monções (ventos sazonais) procedentes do oceano Índico favoreciam a agricultura. Enquanto isso, no norte e no centro da península, as grandes extensões desérticas e as estepes impediam o cultivo, a não ser nos oásis, e impunham a seus habitantes uma vida nômade. Alguns oásis na região do Hedjaz deram origem a cidades como Yathrib (a Medina islâmica) e Meca, na rota das caravanas entre a Índia e o Ocidente. A grande maioria da população era composta de tribos independentes de beduínos nômades, cada uma das quais sob o comando de um xeque. No povo árabe, distinguiam-se tradicionalmente dois grupos rivais: os árabes do sul, ou iemenitas,