Historia de enfermagem
Mortalidade perinatal e neonatal
O artigo Mortalidade perinatal e neonatal no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, de autoria de Miura et al. (publicado nesta edição), que abrange um período longo — 1984 a 1990 — de grandes progressos tecnológicos e científicos na área neonatal, surge num momento importante da história do Serviço de Saúde da Nação e nos envia a uma reflexão sobre a política nacional de atendimento à Saúde Materno-Infantil. Nos países em desenvolvimento, a mortalidade infantil é elevada e uma significativa parcela deste número é devida à mortalidade perinatal e neonatal. As principais causas da mortalidade perinatal estão associadas à prematuridade, à asfixia, às infecções intra-uterinas, à toxemia gravídica e às malformações múltiplas, enquanto àquelas referidas ao período neonatal são as infecções agudas intra-uterinas, os problemas respiratórios, as malformações, a prematuridade e a infecção pós-natal, esta ocupando uma importância que varia conforme as condições operacionais da Maternidade e do Berçário. Nas últimas décadas, o obituário materno declinou até quase se anular; por essa época, as perdas perinatais não acompanharam o mesmo ritmo quando se considera o balanço entre o avanço científico e tecnológico e a possibilidade de esses recursos estarem à disposição da gestante, do feto e do recém-nascido, nos países não do Primeiro Mundo. Convivemos, em nosso meio, com uma situação peculiar, qual seja, a existência de ilhas de excelência no atendimento materno-infantil num continente pleno de bom conhecimento médico e de paupérrimos recursos, de toda a natureza, principalmente humano, paramédico (enfermeiras, auxiliares, etc.). As principais causas da elevada mortalidade peri e neonatal concentram-se na prematuridade, no baixo peso ao nascimento e nas infecções neonatais. Nos dois primeiros casos, os fatores demográficos, comportamentais e biomédicos têm sua importância; no entanto, são os socioeconô-
micos os mais