O lugar onde moro
O lugar onde vivo Marlon da Silva Costa
Moro no Oiapoque, Moro no bairro do Infraero É um bairro novo Que acomoda todo um povo.
Lá não temos diversão, Mas temos o futebol no coração! Às vezes a gente vai pra rua Fazer a viração!
De olhar o céu e a lua transbordamos de emoção, Passa a noite e passa o dia nada muda neste chão! Mesmo assim a alegria não sai do coração! Essa é a história de um povo que busca a emancipação!
Uma figura ilustre da vila vai a política disputar
Um cargo muito importante pra poder aos jovens ajudar! E quem sabe poder ajeitar Aquilo o que não está no lugar!
Não sou daqui, sou do Pará Mas vim morar no estado do Amapá Aqui não tem shoping pra gente poder gastar O único que tem fica no município de Macapá
Aqui não temos parking Pr’os carros estacionar Também não temos praça. Ah, isso pra mim não tem graça!
Ora, se aqui não tem praça: aonde é que eu vou namorar? Diz pra mim como pode ser Um jovem viver sem lazer? Ah, desse jeito como posso aguentar! Já falaram mal daqui em rede nacional, mas quem vem aqui parar Daqui não consegue se separar! Sim, o Oiapoque é assim: Terra boa pra você e pra mim!
Assim é o Oiapoque: terra boa de se viver Mas que para muitos aqui é ganhar ou perder! Terra dos Waiãpi, dos Palikur e dos Galibi, Terra nacionalizada por eles, por mim e por você!
Se você quiser saber e ver da colonização o lado miserável Dos nativos que fugiam da dor e da fome na esperança do tempo de acreditar, Quem sabe assim como Caim ao matar Abel, E ao mesmo tempo acreditar que tudo e todos poderiam mudar!
Se você quiser saber o que tenho pra contar Do que temos por aqui No norte do Amapá Encontrarás nossa história, nas cuias, nas frutas, no tucupi!
No norte do Amapá Encontrarás nossa história No museu Kuahi, No cultivo da terra do povo