Historia da Enfermagem
Desde a implantação da enfermagem moderna no país, na década de 20 e até hoje, a História da Enfermagem faz parte do currículo mínimo do curso de graduação. Na verdade, não se sabe bem as razões e os motivos que fizeram com que a disciplina de História da Enfermagem sobrevivesse às várias mudanças efetuadas no currículo mínimo de enfermagem em um período de 70 anos, embora em seus primórdios esta disciplina pareça ter sido utilizada como instrumento para a formação da nascente identidade profissional, para o desenvolvimento de um compromisso perene com a profissão, bem como de busca de uma melhor inserção da enfermagem na sociedade do Rio de Janeiro (BARREIRA et al., 1997). Depois, parece ter continuado a ser utilizada como espaço de doutrinação sobre a mística da enfermagem, suas origens remotas e a contribuição de diversas sociedades para sua evolução. Mas nem as drásticas mudanças impostas pela reforma universitária às escolas de enfermagem no início da década de 70, nem o advento dos cursos de mestrado, a partir da década de 70, alteraram o ensino da história da enfermagem que, de modo geral, "permaneceu livresco, centrado em vultos e eventos marcantes, pouco crítico, além de distanciado da realidade brasileira" (BARREIRA et al., 1997).
No bojo da grande expansão ocorrida nos últimos anos no campo da história e do renovado prestígio dos estudos históricos em geral, parece haver um crescente interesse da enfermagem pelos aspectos históricos da profissão. O notável incremento que vem ocorrendo da pesquisa acadêmica na área qualifica as escolas de enfermagem a responder a tal demanda. No entanto, para isso torna-se necessária uma reflexão sobre o ensino e a pesquisa da História da Enfermagem Brasileira.
Neste sentido, pretendo evidenciar neste "trabalho esperançoso" (FREIRE, 1992), as implicações do conhecimento histórico para a enfermagem. As divergências passadas e presentes entre os historiadores são apresentadas em linhas muito gerais, de