Historia da idade moderna
E-Folio A
2012
Em 1291, com a queda de S. João de Acre, o tempo das cruzadas chegara ao fim. Elas tinham actuado como um instrumento essencial para a queda do sistema feudal na Europa, ao abrirem caminho ao incremento da navegação no Mediterrâneo, propiciando a modernização das práticas comerciais e o consequente fortalecimento duma classe burguesa. O comércio entre a Europa e a Ásia Menor aumentava consideravelmente e a Europa conhecia novos produtos. Os contactos culturais estabelecidos com o Oriente tiveram um efeito tão estimulante no Ocidente, que se pode afirmar terem aberto o caminho para o Renascimento. Mas, a sociedade dita trinitária, caracterizada por uma estratificação por Ordens devidamente hierarquizadas em função da honra, dos títulos, e da posição, resistiria ainda por muito tempo. Assim, o Clero surgia no lugar mais alto da pirâmide social, assumindo particular importância, pois, à época, a sociedade confundia-se com a fé cristã e os ensinamentos da igreja, ensinamentos esses que pretendiam induzir os leigos a práticas conducentes à obtenção da Vida Eterna. Este seria, aliás, o grande desígnio da humanidade. À Nobreza competia, em princípio, combater pela sua segurança e pela dos seus súbditos. Apresentava-se como uma ordem fechada sobre si própria e pertencia-se a ela por nascimento, por capacidade fundiária ou função militar. Por fim, a terceira ordem, o Povo. Sem privilégios, apresentava-se como o sustentáculo do trabalho que alimentava e sustinha a sociedade. Hierarquizava-se e organizava-se por profissões, as célebres corporações profissionais. Aparentemente simples, a sociedade trinitária vivia orientada para um quadro de vida absolutamente religioso. A religião impregnava todos os actos da sua vida social, influenciando-a e caracterizando-a. Claro que a mobilidade social era praticamente nula. Por isso, caso a pertença não fosse por nascença, seria muito difícil a ascensão. Apenas por via