Historia Da Arte Do Mundo Contemporaneo
b) A "causa primeira" do aparecimento da "cultura da brutalidade" teria sido, para o autor, a Primeira Guerra Mundial, e esse acontecimento teria sido determinado por um contexto geo-histórico que contrapôs de maneira radical os interesses políticos e econômicos das grandes potências européias. Ou seja, para Hobsbawn, no início de todo processo esteve presente interesses econômicos e políticos muito objetivos, mesmo igualando o complexo da economia ao complexo da política como esfera predominante, isto é, mesmo fundindo relações econômicas e relações políticas num mesmo todo indiferenciado, o historiador parte do que com alguma boa vontade poderíamos chamar de "plano da objetividade".
Porém, se esse "plano da objetividade" produz o movimento subjetivo "ampliação da cultura da brutalidade", esse mesmo "plano da objetividade" não está presente, segundo o texto do autor, na "reprodução" do referido movimento subjetivo. O complexo da cultura se autonomiza e passa a se autoalimentar e reproduzir, apartando-se completamente de seu produtor "plano da objetividade". A autonomia absoluta da cultura não fica ainda mais patente porque o autor faz o "plano da objetividade" intervir mais uma vez através de mais outro acontecimento econômico-político: a Segunda Guerra Mundial. Com mais essa alavanca "objetiva" a autonomia absoluta da cultura aparece menos claramente e se torna mais aceitável, mas de nenhuma forma é efetivamente diminuída ou superada.
Por fim, após esse percurso que fomos obrigados a trilhar no interior do texto de Hobsbawn, explicitaremos, sem ir muito além dos próprios dados fornecidos pelo autor, mas procurando utilizar o método dialético, qual deveria ser a explicação adequada do aumento da amplitude dos massacres no século XX e a sua relação com as duas grandes guerras mundiais.
c) Para Polanyi, o colapso do padrão-ouro internacional foi a ligação entre a desintegração da economia mundial e a transformação de toda uma civilização na década de 1930.