Historia cultural

689 palavras 3 páginas
Nos séculos XVII e XVIII ganha impulso na França, assim como na Inglaterra (chapbooks) e na Espanha (pliegos de cordel), um tipo de publicação difundido, sobretudo, pela venda ambulante em grande quantidade e a um baixo preço. Inventada na cidade francesa de Troyes, a literatura de cordel era composta por uma grande variedade de gêneros literários e não apenas aqueles considerados populares. O fato é que as obras utilizadas pelos impressores dessa literatura estavam geralmente vinculadas à tradição erudita, como, por exemplo, no caso de contos de fadas que, provenientes do meio aristocrático, já haviam recebido anteriormente edições comuns em cidades como Paris antes de serem adaptadas pelos impressores de Troyes.
Ao mesmo tempo, como afirma Chartier, embora algumas vezes uma obra chegue a tornar-se livro de cordel muito tempo depois da primeira edição, não se pode dizer que a opção por textos mais antigos era uma tendência. Isso porque, logo que os direitos do primeiro editor sobre a publicação de um livro expiravam, os editores de Troyes procuravam igualmente introduzi-los na coleção de livros de cordel. Do mesmo modo, para o autor, não são os próprios textos, visto que também provinham dos meios eruditos, que determinam a singularidade dos cordéis, mas sim a intervenção editorial no sentido de adequá-los à capacidade dos leitores que pretendem abranger. Os impressores modificavam os livros orientados pelas representações que construíam “das competências e das expectativas culturais de leitores para quem o livro não é algo familiar.”
Com isso, apesar da diversidade dos gêneros, a seleção dos livros que entrariam no catálogo dos cordéis não era aleatória, mas seguiam uma linha no que se refere à constituição do texto, a qual os editores acreditavam adequada às possibilidades que eles atribuíam a seus potenciais leitores. Por exemplo, as histórias de ficção privilegiadas eram aquelas cuja narrativa fosse descontínua e repetitiva, não exigindo muito da memória.

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