Hipoteses 1
Professora MSc. Raiolanda Camargo
A pesquisa de Ferreiro e Teberosky (1999) demonstra que o processo de aprendizagem da lecto-escrita se dá por processos de estruturação e reestruturações de hipóteses, por uma progressiva construção de estruturas cognitivas e que podem ser traduzidas como avanços na compreensão sobre o funcionamento do sistema alfabético. Os alunos em fase de alfabetização precisam compreender alguns princípios básicos que constituem esse sistema, entre eles, que são utilizados símbolos convencionais que são as letras, que a escrita tem relação com a fala, ou seja, relação entre segmentos gráficos e sonoros, que as sílabas têm estruturas diferentes (consoante e vogal, vogal e vogal, entre outras), que as regras de correspondências grafofônicas são ortográficas, uma letra pode representar mais de um fonema ou um fonema pode ser representado por duas letras. São princípios aparentemente fáceis de perceber para quem já é alfabetizado, mas que não são evidentes para os não- alfabetizados.
É a compreensão desses princípios que irá regular o processo de construção da escrita alfabética investigada pelas autoras. São as hipóteses e os conflitos cognitivos em entender o que a escrita nota que irão conduzir os alunos à compreensão e, consequentemente, apropriação e desenvolvimento das habilidades necessárias na aprendizagem da leitura e da escrita. A essa tentativa de entender o que a escrita nota, Ferreiro chamou de níveis Pré-Silábico, Silábico, Silábico-Alfabético e Alfabético. No primeiro nível mais restrito denominado PRÉ-SILÁBICO, as crianças acham que escrever é o mesmo que desenhar e ainda não buscam relações entre escrita e pauta sonora. Nessa fase, sem ainda perceber o que a escrita representa, tentarão reproduzir traços que se assemelham à escrita padrão, movimentos de linhas ondulados para representar a letra cursiva e traços separados para a letra de imprensa. Nessa fase