Hiperplasia benigna prostatica
Acta Urológica 2006, 23; 1: 93-99 93
Urologia na Medicina Familiar
Terapêutica actual da Hipertrofia Benigna da Próstata
J Cabral Ribeiro*, António Pedro Carvalho**, Américo Ribeiro dos Santos***
* Assistente Eventual ** Interno Complementar Urologia *** Chefe e Director do Serviço de Urologia
Serviço de Urologia, Hospital de São Marcos, Braga
Correspondência: urologia@hsmbraga. min-saude.pt
A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é uma afecção com prevalência crescente com o envelhecimento atingindo mais de 80% dos homens na 8ªdécada. Está associada a sintomas miccionais irritativos e/ou obstrutivos com um impacto negativo na qualidade de vida e que leva a que mais de 70% destes doentes sejam submetidos a terapêutica médica ou cirúrgica durante a sua vida. A HBP pode conduzir a complicações como retenção urinária aguda (RUA) ou crónica, hematúria macroscópica, infecções urinárias de repetição, cálculos e divertículos vesicais e insuficiência renal em situações mais avançadas. Há pouco mais de 15 anos a cirurgia e a expectativa . armada eram únicas atitudes disponíveis para a HBP Desde então tem-se verificado uma alteração angular na sua abordagem. A introdução da fitoterapia e, muito importante, o desenvolvimento de terapêutica farmaco.lógica segura e eficaz conquistaram o lugar como atitude de primeira linha no tratamento desta patologia. Abordaremos de forma sucinta as diversas terapêuticas actuais da HBP (fig. 1).
Espera vigilante/Expectativa armada
Quando um doente refere queixas miccionais, principalmente se de fraca intensidade e sem impacto na
sua qualidade de vida podemos optar por uma atitude expectante e vigilante. Esta atitude é muito diferente do “não fazer nada” constituindo uma oportunidade de, mantendo o doente em vigilância, procurar efectuar uma educação para a saúde. A HBP é altamente prevalente mas nem a sua existência nem o seu volume se relacionam linearmente com a severidade dos sintomas. É sabido que