Hilal sami hilal
Os nomes da família, dos amigos e dos amigos da família compõem a estrutura de alguns trabalhos. Como o dos livros, de cobre e papel, que constituem um dos núcleos da exposição, a instalação Biblioteca. Os livros são construídos a partir de placas com nomes, empilhadas como páginas. Todas iguais, intensificando os vazios, aprofundando-se. Junto com obras de dimensões monumentais, como Globo, elaborado a partir de moldes de silicone, que também lembram grandes páginas. Mais de cem, penduradas no espaço, uma de frente para a outra, criando perspectiva numa profundidade de 4 metros.
A grande instalação da mostra é a obra título, Seu Sami. Um registro simbólico da ausência do pai vivida por Hilal. “Nesta obra, nomeio o meu vazio”, diz o artista. “Seu Sami é o pai que não tive e que a arte realizou em mim”, completa. A instalação é um espaço infinito criado por Hilal, uma seqüência de luz e sombras. Os pólos são a Sala do Amor (rendilhados florais, românticos, vivos!) e Sala da Dor (ornamentos de linhas tortuosas que lembram arame farpado).
Entre os dois momentos, uma zona de absoluta escuridão, o vazio existencial, a falta do pai. No confronto dos extremos, espelhos que reproduzem imagens de beleza e sofrimento, criando uma profundidade infinita. E ambígua. “Falo da presença e da ausência infinitamente. Como o espelho. A ausência promove a presença da minha criação”, revela Hilal.
A mostra se completa com a instalação Sherazade, título que corresponde ao nome da narradora de As Mil e Uma Noites. A obra tem a forma de um grande livro ramificado. Capas de