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ANÁLISE DE POEMAS DE CESÁRIO VERDE- SETENTRIONALDirigindo –se à mulher caracterizada no primeiro verso como uma simples flor campestre(ó bonina = apóstrofe ) o eu evoca num monólogo o tempo feliz em que ela fugiu com ele da « Babel » (= cidade ) e viveu só com ele no campo um amor , referindo ainda o que aconteceu posteriormente no regresso à cidade
O poema pose dividir-se em três partes : 1ª a 6ª estrofe – eu / Tu; da 7ª à 10ª estrofe – nós ; da 11ª à 13ª , de novo o eu / tu agora separados pelos muros do convento e na cidade…
O tempo presente é o tempo da narrativa ou da escrita, o eu e a rapariga estão ambos na cidade . os verbos e alguns deíticos de proximidade mostram-nos esse presente ( « E eu passo » ; « nesta» , « e é contrastado com o tempo passado que é apenas recordado pelo eu através da memória ( verbos no pretérito perfeito e imperfeito – viveste, osculei, fui, fugiste, sorria, via, caminhávamos… ).
Neste poema, aparece-nos já o binómio cidade / campo. Campo é símbolo do amor e da felicidade no passado; cidade , símbolo da confusão no amor e da infelicidade- no presente. No presente , ao campo opõe-se não só a cidade onde vive o eu poético, mas também o convento, onde vive a mulher amada. Cidade e convento identificam-se: para o eu poético a cidade é a morte e é qualificada com vocábulos de carga semântica negativa « velha », « tão sombria » e nela o eu sente-se triste « chorando aflitamente » e « prelivando o cálice da agonia ». Para a mulher amada o convento em que se recolheu é uma sepultura « foste sepultar-te …», é um refúgio « escondeste o rosto de marfim » e a vida lá dentro é uma resignação « Freiras resignadas».
A cidade que oprimira antes da fuga para o campo continua a oprimir depois. A vivência do amor foi um intervalo no sofrimento que a cidade causa. O campo é metáfora do amor libertador.
A mulher bonita , no campo , vive com alegria e na cidade / convento vive tristíssima « Tristíssima Helena» .
O eu aparece-nos no