Hernia de disco
Paulo R. Margotto, Jefferson G. Resende, Martha G. Dias, Samiro Assreuy, Evely Mirela F. França
A partir da 6ª semana, ocorre formação do diafragma pela fusão de 4 componentes embrionários: as membranas pleuroperitoneais estendem-se para se fundirem com o mesentério dorsal do esôfago e do septo transverso, separando as cavidades pleurais da peritoneal; o fechamento das aberturas é completado pela migração de mioblastos para dentro das membranas. A abertura pleuroperitoneal do lado esquerdo fecha-se mais tardiamente que a direita, onde ocorre mais freqüentemente o defeito de fechamento (85 a 90%), levando a herniação dos intestinos, estômago e baço para a cavidade torácica; deslocando os pulmões e o coração. A hérnia diafragmática congênita decorre do não fechamento dos canais pleuroperitoneais, resultando em uma grande abertura (Forame de Bochdalek) na região póstero-lateral do diafragma, tornando as cavidades peritoneal e pleural contínuas. Assim, a hérnia diafragmática congênita combina um defeito muscular entre o abdômen e a cavidade torácica com hipoplasia pulmonar.Ocorre em 1 em cada 2000 a 5000 nascimentos. Corresponde a 8% das malformações dos neonatos. De todas as hérnias diafragmáticas, 85% a 90% são hérnias de Bochdalek. Destas, 80% são do lado esquerdo, 15% do lado direito e 2% bilateral (habitualmente fatais). Há uma leve preponderância do sexo masculino. A hérnia diafragmática congênita é freqüentemente associada com anomalias cardíaca (hipoplasia do arco aórtico, tetralogia de Fallot, transposição de grandes vasos ou coarctação da aorta), gastrintestinal, geniturinária, esquelética (membros curtos ou defeitos costovertebrais), estenose traqueal ou neural (esta associação ocorrem entre 10 a 40%) e com trissomias. A hérnia diafragmática congênita é caracterizada pela presença de vísceras abdominais na cavidade torácica, sendo a causa mais comum de hipoplasia pulmonar (devido à compressão que sofreu durante o