Heresia
Perseguição às crenças diferentes da católica
Apesar do poder da Igreja, nem todos seguiram rigidamente as regras religiosas católicas. Muitas comunidades desenvolveram suas próprias crenças, como a adoração de animais ou vegetais, as adivinhações utilizando cartas (cartomancia), a “consulta” aos mortos (necromancia), os encantamentos para promover o amor ou a separação entre pessoas etc. Por essas crenças e práticas, muitas pessoas foram perseguidas, sendo acusadas de heréticas.
As heresias eram opções religiosas diferentes da doutrina católica, formadas, muitas vezes, de antigas crenças orientais, romanas, gregas e germânicas, existentes desde antes do predomínio cristão no intercâmbio entre as culturas.
Entre as principais heresias medievais estava a dos cátaros, que teve início na Europa central (atual Alemanha), no séc. XII, e expandiu-se para a região francesa de Albi, onde seus praticantes ficaram conhecidos como albigenes. Acreditavam em um deus do Bem e outro do Mal; Cristo era visto como enviado de Deus do Bem para libertar as almas salvas subiam ao céu após a morte do corpo, mas as almas pecadoras, como castigo, reencarnavam no corpo de um animal.
No séc. XII difundiu-se, em algumas regiões da França, a heresia dos valdenses, fundada por Pedro Valdês, rico comerciante de Lyon. Convertido ao cristianismo, Valdês distribuiu sua riqueza aos pobres, reuniu um grupo de adeptos e saiu pregando as virtudes da pobreza voluntária. Passaram a conflitar com a Igreja ao afirmar que os sacramentos não tinham valor se o padre que os ministrasse fosse pecador. A igreja defendia que os sacramentos sempre têm valor porque seus poderes vêm de Deus, e não do sacerdote.
Já a heresia dos patarinos, que se difundiu no séc. XII pela região onde se situam as cidades de Milão, Cremona e Florença, também questionava a validade dos sacramentos ministrados por sacerdotes pecadores.
Outra importante heresias medieval, o bogolismo, surgiu