Herbert Souza
Herbert José de Souza, simplesmente Betinho, nasceu em novembro de 1935, quarto filho da família Figueiredo Souza, formada a partir do casamento de Henrique Souza e Maria da Conceição Figueiredo.
“Eu nasci para o desastre, porém com sorte. Nasci vivo e hemofílico em Bocaiúva, Minas Gerais. Era uma madrugada de 3 de novembro de 1935.”
(Betinho, em Sem vergonha da utopia, p. 14)
Passou oito anos morando numa penitenciária, onde seu pai trabalhava. Herbert de Sousa começou a sua militância política na Juventude Universitária Católica, em Belo Horizonte.
“Tive uma infância marcada (...) pelo fato de ter passado oito anos morando com minha família numa penitenciária, onde meu pai trabalhava. Uma parte da infância e da adolescência eu vivi num outro ambiente inusitado, uma funerária. Acho que ninguém nasceu numa penitenciária e se criou numa funerária. Eu acho que é uma combinação altamente política.”
[Betinho, na revista Teoria e Debate, nº 16]
Formação, ditadura exílio e retorno para o Brasil:
Estudou na Universidade de Minas Gerais e formou-se em sociologia em 1962. Trabalhou depois no Ministério da Educação e Cultura e na Superintendência de Reforma Agrária.
Depois do golpe militar de 1964, Betinho engajou-se na resistência contra a ditadura. Passou sete meses no Uruguai e depois, de volta ao Brasil, foi trabalhar como operário na cidade paulista de Mauá.
Em 1971, Herbert de Sousa partiu para o exílio. Morou em diversos países. No Chile, deu aulas na Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais e assessorou o presidente Salvador Allende. Escapando da ditadura chilena, Betinho exilou-se no Canadá e depois no México. Fez doutorado e foi professor na Universidade Autônoma do México.
Com a anistia política, em 1979, Herbert José de Sousa retornou ao Brasil. Tornou-se um dos símbolos da resistência política. Dois anos depois, fundou o IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas).
Herbert de Sousa foi um dos primeiros