Hepatocarcinoma
INTRODUÇÃO
O carcinoma hepatocelular é uma neoplasia primária que acomete o fígado, representando cerca de 90% das neoplasias malignas primárias do fígado e sendo responsável por 500 mil mortes por ano no mundo.
Sua incidência é bastante variável dependendo da região estudada. Sendo de 3 a 5 por mil habitantes/ano nos Estados Unidos e de 100 por mil habitantes/ano em regiões como o Sul da África e Sudoeste da Ásia. Estima-se que há uma incidência de um milhão de caso novos por ano no mundo.
Os fatores de risco para o carcinoma hepatocelular incluem hepatites C e B, cirrose alcoólica, exposição prolongada à aflatoxina e algumas doenças metabólicas hereditárias tais como: a hemocromatose, a deficiência de alfa-1-antitripsina entre outras.
A grande maioria dos hepatocarcinomas se instala em portadores de cirrose hepática, os quais apresentam risco da ordem de 20% de desenvolver o tumor em 5 anos. Os agentes virais B e C das hepatites crônicas são fatores etiológicos muito importantes devido as suas estreitas ligações com as mutações genéticas tumorais supressoras que provocam, particularmente nos p53 e na proteína-quinase retinoblastoma inibidora (pRB).
O tratamento de eleição é a ressecção cirúrgica do tumor e a única que pode oferecer a cura ao paciente, porem apenas 30% dos casos tem indicação cirúrgica devido ao diagnostico tardio e o estagio avançado da doença.
1. ASPECTOS CLÍNICOS
Na apresentação do paciente portador de câncer de fígado, costuma haver aumento do volume do órgão e até mesmo a presença de massas ou nódulos palpáveis, inclusive, a presença de sopro arterial na área do tumor. Por isso, é importante no seguimento clínico dos pacientes cirróticos se ter redobrada atenção à queda do estado geral, ao aparecimento de dores incaracterísticas no hipocôndrio direito, sem motivos aparentes, ao emagrecimento, à ascite, à anorexia rebelde e à icterícia.
Geralmente, pode-se palpar gânglios supraclaviculares direitos