Henry ford

O Fim da Era Ford.
Indústria Automobilística – O rebaixamento das montadoras de Detroit confirma o declínio do modelo que enriqueceu os EUA.

Os títulos das duas maiores empresas industriais dos Estados Unidos são rebaixadas a investimentos especulativos (junk bond), isso jamais havia acontecido com empresas com o porte e a tradição da GM e Ford.

Antes de 5 de maio de 2005, a empresa mais importante dos EUA a sofrer tal indignidade havia sido a WoldCom. Depois de dois meses e um sério escândalo contábil, a empresa pediu a maior concordata da história do seu país até aquela data, da qual sairia muito reduzida, dois anos depois.

A dívida da GM, em março de 2005, era de USD 291,8 bilhões. Pagou USD 12 bilhões em juros em 2004, valor comparável ao dos encargos da dívida mobiliária federal brasileira em 2004 e pouco menor que o dos encargos da dívida externa. Em 10 de maio, o valor de mercado da GM era de 17,8 bilhões, menos que os USD 18,9 bilhões que diz ter em caixa.

A dívida da Ford é de USD 161,3 bilhões. Grande parte das dificuldades deve-se aos planos de saúde e previdência para funcionários. Seu déficit, no caso da GM, foi de USD 13 bilhões em 2004 – USD 9 bilhões dos quais cobertos por contribuições voluntárias da empresa – o que se compara com os USD 11,8 bilhões da Previdência brasileira.

O valor presente das obrigações médicas e previdenciárias não cobertas chegou a USD 61 bilhões em 2004 para a GM (ante USD 57 bilhões em 2003) e USD 32 bilhões para a Ford. Isso é muito "generoso" queixa-se a análise da Standard and Poor's ao justificar o rebaixamento. Mas, nesse aspecto, a S&P é um tanto simplista: funcionários e seus parentes compram um terço dos veículos da GM vendidos nos EUA. Não é tão vantajoso trair a confiança dos empregados se eles são ótimos clientes.

Esse, aliás, foi um dos pilares do chamado "fordismo" ou "americanismo" – a mesma coisa para o filósofo marxista Antônio Gramsci. Não viesse da GM, o secretário de defesa de