henrique pestalozzi
De todos os educadores e filósofos da educação, Pestalozzi é, provavelmente, o único conhecido nos cinco continentes, o único que haja chegado à grandeza mítica de um Beethoven: o gênio pedagógico. É considerado, comumente, como o reformador, ou o promotor da escola popular. Pestalozzi concebia, a educação escolar como complemento da educação doméstica, e preparação para a educação pela vida.
Conturbado pela degradação física e moral das crianças que via errar pelos caminhos, mendigando e gatunando; revoltado pela dureza dos camponeses para com as crianças recolhidas em sua casa; e não podendo admitir que os valores preciosos que vislumbrava nesses deserdados, ou nesses transviados, estivessem de uma vez perdidos para a sociedade e para Deus, Pestalozzi acolhe uns quinze deles em sua casa, logo mais uns quarenta. Propunha-se, com reeducá-los, dar-lhes conhecimentos indispensáveis e ensinar-lhes um oficio do qual pudessem viver.
Pestalozzi, contudo, não recebe apoio algum do Estado; e, em 1780, essa primeira tentativa acaba em falência. Foi uma derrocada. Pestalozzi não podia, porém, abandonar a tarefa a ele imposta. Recorre ao único meio de ação que lhe restava escrever. Seu primeiro romance popular, Leonardo e Gertrudes; Trata-se de uma família salva pela retidão e pela energia de uma mulher, Gertrudes, apoiada pelo senhor Bonnal, Arner e pelo pastor Ernst. Sua segunda obra é Minhas investigações sobre a marcha da natureza no desenvolvimento do gênero humano; Encara o homem como como ser animal, como ser social e como pessoa autônoma: “Como produto da natureza, sinto-me livre de fazer o que me agrada, e no direito de fazer o que me é útil”. E conclui: “Aperfeiçôo-me a mim mesmo, quando faço, daquilo que devo, a lei do que quero”.
É ao fato de que essas crianças recebiam dele, não apenas o ensino, mas os cuidados mais continuados, que ele atribuiu o êxito de sua “loucura”. Em todos, soubestes despertar e cultivar o