Helmut newton
Sob curadoria de June Newton, viúva do fotógrafo, a exposição no Grand Palais é um tributo à cidade que rendeu ao alemão suas imagens mais icônicas. Nascido Helmut Neustadter em 1920 em uma família judia de Berlim, Newton teve contato com sua sexualidade desde cedo: seu irmão mais velho o levou ainda pequeno às zonas de prostituição da capital alemã – tais experiências viriam a influenciar fortemente seu trabalho futuro e os estudos do corpo feminino que empreendeu e que alteraram o curso da fotografia moderna.
Em 1936, aos 16 anos, Newton conseguiu seu primeiro emprego: assistente da fotógrafa Else Neulander Simon, conhecida profissionalmente como “Yva”. A experiência, no entanto, não durou muito: em 1938, sob pressão do governo antissemita já em vigor na Alemanha, Simon fechou seu estúdio (e, posteriormente, morreu em um campo de concentração) e Newton mudou-se para Singapura, onde trabalhou como fotojornalista por um breve período no “The Strait Times”. Pouco depois, Newton foi para Melbourne, Austrália.
Na Austrália, ele serviu ao exército do país durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e, findo o conflito, abriu seu primeiro estúdio fotográfico com o intuito de ganhar a vida na profissão que sempre sonhou. Neste mesmo período, o alemão conquistou a cidadania australiana e conheceu a atriz June Brunell, que, em 1948, tornou-se sua esposa e companheira de toda a vida. Apesar de conquistar muitos trabalhos locais e fotografar para a “Vogue” australiana, a carreira de Newton só foi decolar com a sua mudança para Paris, em 1961 (antes da capital francesa, Newton viveu alguns