Por mais de cem anos, a contar do romantismo acadêmico da primeira metade do século XIX a arte brasileira se empenhou em construir uma identidade nacional, baseada numa imagem idealizada do país, mesmo enquanto realistas e naturalistas faziam- se presentes em toda parte do mundo. Mesmo os modernistas, no início do século XX, buscavam uma arte de cunho nacionalista, oque os impedia de aderir a vanguardas mais desestabilizadoras da arte, como o cubismo o surrealismo e o dadaísmo. Foi certamente na década de 50 do século XX que juntamente com o surgimento da bienal de São Paulo( 1951) que os artistas brasileiros principiaram seu contato com obras e artista que cercearam a modernidade no campo das artes plásticas. Este senário possibilitou o aparecimento de artistas brasileiros menos preocupados com uma estética nacionalista e que tinham propostas mais próximas das tendencias mundiais. Dentre eles pode- se citar entre outros, Lygia Clark, Ferreira Gullar Camargo e Hélio Oiticica, que participaram do movimento neo- concretista. Helio Oiticica nasceu no Rio de Janeiro em 26 de julho de 1937 e foi um dos mais importantes artistas brasileiros. Atuou como pintor e escultor, mas sua principal vocação era o happening, onde rompeu as barreiras entre artista e espectador, colocando- os lado a lado na “criação” de suas obras. Os parangolés, de 1964, são suas obras mais conhecidas, e estes, necessitam obrigatoriamente da participação do “publico” para concretizar- se, uma vez que estes devem ser vestidos (incorporados) para concretizar- se. Já em 1959 Oiticica começa a romper as fronteiras da pintura e da escultura, construindo seus relevos espaciais, obras estas nas quais o sujeito fruidor adentra integrando- se a obra. Hélio Oiticica trabalhou também com instalação, criando juntamente com o cineasta Neville de Almeida a obra audiovisual cosmococa, na qual através de imagens de desenhos feitos com cocaína combinadas com músicas de Jimmy Hendrix o artistas questionam