Análise de obras: Andy Warhol e Hélio Oiticica
Arte: Crítica e Curadoria
Teoria e História da Arte
Fabiana Scaglioni Spernega
Outubro de 2013
“A arte contemporânea será tanto mais eficaz quanto mais se orientar em função da reprodutibilidade e, portanto, quanto menos colocar em seu centro a obra original”. Walter Benjamin, “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”.
Tomando como pensamento disparador a frase citada à cima, pretendo colocar meu olhar sobre os pontos de possíveis convergências entre as obras “The six Marilyns” (1967) de Andy Warhol e “Cosmococa – CC3 Maileryn” (1973) de Hélio Oiticica.
Meu ponto inicial reflete sobre a utilização da imagem da atriz Marilyn Monroe, nos dois trabalhos selecionados. Com o advento da Pop Art, observamos que os limites entre arte popular e arte erudita passam a ter suas fronteiras diluídas, objetos de consumo tomam espaço nas galerias de arte, a assinatura do artista passa a valer mais do que a própria obra, ou por outro lado, a assinatura passa a ser valorizada como obra de arte. Nesse momento, existe a banalização das imagens culturais que são convertidas na arte do consumo, o esvaziamento e a exaustão pela reprodução contínua da imagem, a desumanização de um mito realizada pelas experiências de cor sobre a sua fotografia.
Andy Warhol utilizou a serigrafia para reproduzir a imagem de Marilyn em grande escala, o artista enfatizou a artificialidade da imagem ao utilizar de forma grosseira as cores sobre a fotografia. Ele valorizou a maquiagem da atriz de forma tão intensa, que a descolou da realidade, e da mesma forma, ao realizar a repetição da imagem, em vias de paroxismo, ele banaliza a aura única da obra de arte. A reprodução mecânica da imagem possibilita a veiculação da imagem em grande escala. Nesse momento tomo a liberdade de associar esse processo ocorrido com a imagem de Marilyn, com a imagem da Madonna nos anos 90. Seu rosto estava estampado em vários produtos, tenho a