Hegemonia Limitada O Fim da Guerra Fria não se limitou a modificar a distribuição do poder, mas, essencialmente, alterou a própria natureza do poder geopolítico. Durante as décadas do pós-guerra, a reconstrução da economia capitalista mundial produziu uma redistribuição geográfica de riqueza. A supremacia econômica incontestável dos Estados Unidos, que concentrava uma riqueza bastante superior à das demais potências capitalistas juntas, no final da guerra, foi sofrendo corrosão contínua. Paralelamente, a Europa Ocidental e o Japão adquiriram uma nova capacidade industrial, comercial e financeira. Essas tendências de longo prazo inspiraram as teses sobre o declínio da influência e do poderio dos Estados Unidos. No momento em foram formuladas, as teses declinistas dispunham, a seu favor, de sólidos argumentos macroeconômicos. Os crônicos e, às vezes, intratáveis contenciosos comerciais com japoneses e europeus reforçaram as percepções vinculados à tese do declínio. Mas mesmo no terreno das análises sobre os grandes equilíbrios econômicos internacionais, desenvolveu-se desde o início uma contestação ativa das teses declinistas. A tese do declínio entrou, ela própria, em queda durante o longo ciclo ascendente da economia americana, na década 1990. O brilho econômico renovado ganhou cores vivas pelo fato de derivar da liderança das empresas do país nos setores glamorosos de alta tecnologia e por contrastar coma demora recessão no Japão e na Europa. Não é preciso adotar a tese do declínio para constatar a emergência de pólos de poder da primeira grandeza exteriores à América do Norte. Essa tendência, que não suprime a liderança estratégica dos Estados Unidos reflete-se na importância crescente da diplomacia comercial, de instituições multilaterais como a OMC (Organização Mundial do Comércio) e o FMI (Fundo Monetário Internacional),e dos blocos econômicos regionais. Nenhuma iniciativa importante,seja no terreno estratégico,seja no econômico e comercial,pode frutificar