Hegel

1. POSIÇÃO DO PROBLEMA: DE QUE TRATA A FENOMENOLOGIA?

Uma das primeiras dificuldades que enfrenta o leitor de um escrito como a Fenomenologia do espirito é saber de que ela trata. Mas não apenas porque a linguagem de Hegel é obscura. Pois é difícil saber do que a obra trata, primeiro, e, sobretudo, porque a obra não se deixa enquadrar no conceito tradicional de filosofia, nem da ideia de filosofia transcendental defendida por Kant.
Há parentesco, decerto, com a ideia de uma critica, mas essa critica não vai passar por uma critica da faculdade de conhecimento nem pelo exame das condições de possibilidade dos objetos da experiência no sentido kantiano. Porem Hegel não se cansa de afirmar que seu proceder não é formal nem subjetivo, mas apresenta a exposição dialética do próprio objeto, o devir da coisa mesma, como ele diz.
A fenomenologia e o espirito são termos obscuros, porem a fenomenologia de Hegel parece ter muito a ver com o que se entende hoje por “fenomenologia”, nem o conceito de “espirito” e tão pouco obvio quanto parece.
Algumas pessoas dizem que o percussor do termo “Fenomenologia” é Lambert, outros já mencionam Kant e até se falam de Reinhold e de Fiche. Porem o uso do termo parece está ligado a certa compreensão do conceito de fenômeno que é muito diferente do conceito hegeliano de “Fenômeno” e de “Fenomenologia”, porem o conceito de fenomenologia de Hegel é diferente de todas as mencionadas. Pois a tese do conceito hegeliano de “Fenomenologia” remete-se ao problema de ceticismo e que a exposição hegeliana mostra-se indissociável de certa compreensão do problema cético e de como pode ser resolvido.

2. CONCEITO HEGELIANO DE FENOMENOLOGIA

Hegel considera a Fenomenologia como uma obra do conhecimento, o que parece ser verdadeiro em certa medida. Não porque não haja ontologia na Fenomenologia, uma vez que o saber dialético da identidade entre ser e pensar como unidade de ser e saber, que ele pretende demonstrar, é o