Halilação bombastica
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3 ESPAÇO, TERRITÓRIO E SAÚDE: CONTRIBUIÇÕES DE MILTON SANTOS PARA O TEMA DA GEOGRAFIA MÉDICA NO BRASILAs maiores preocupações da ciência no século XXI estão interligadas com as condições da existência humana. As questões sobre os problemas ambientais de proporções internacionais ganhou consistência e alarmou a sociedade mundial sobre a possibilidade de um aquecimento global irreversível. A globalização da natureza é acompanhada pela globalização dos problemas ambientais (GONÇALVES, 2006). Ainda que as consequências desse processo sejam distribuídas desigualmente nas diversas regiões do mundo, essas questões começam a preocupar os países desenvolvidos, já que a natureza não reconhece as fronteiras territoriais.
Ao lado da globalização da natureza e, em parte, a globalização dos problemas ambientais, que começam a tomar lugar na pauta das reuniões políticas internacionais, há também a globalização da saúde. Na configuração de um mundo em rede (CASTELLS, 2002), uma das características principais do mundo globalizado, tornou possível o fluxo de vírus e bactérias, que podem se propagar nas diversas regiões do globo e produzir grandes epidemias. Nesse contexto, a Geografia se apresenta, de um lado, como a ciência do estudo das relações entre a sociedade e a natureza, e, portanto, se vê fortalecida e desempenha um papel fundamental nas análises ambientais nas diversas escalas, e de outro, como a ciência do estudo do espaço e, nesse caso, irá ao encontro das necessidades enfrentadas pela Epidemiologia.
A aproximação entre Geografia e Epidemiologia é histórica, em especial na vertente denominada Geografia Médica, considerada, por alguns, como em Rodenwalt (apud PESSOA, 1978), um ramo da Epidemiologia, e em outros, como em Sorre (1951), um ramo da Geografia. No decorrer dessa história, o Ramo de Rodenwalt foi incorporando gradativamente o conceito de espaço trabalhado na Geografia e fez dessa categoria uma importante ferramenta para a análise da manifestação