Habitação
Artigo sobre Habitação
Kaenna Hemily Batista Pereira
FORTALEZA – CE
2011
A questão habitacional é compreendida como estrutural ao capitalismo e constitui-se como expressão do agravamento da questão social, revelando-se como parte do processo de estruturação do espaço urbano, que imprime as relações de dominação do sistema capitalista, marcado por uma intensa segregação sócio-espacial.
A trajetória da problemática habitacional no país evidencia a ausência de prioridade da questão habitacional voltada para o interesse social.
No Ceará, a problemática tornou-se visível, no sentido de não mais poder ser adiada sua discussão, com as primeiras manifestações de luta pela moradia urbana no início da década de 60. Embora com a dificuldade de organização popular no regime militar, com seus programas marcados pelo clientelismo e assistencialismo, os movimentos reivindicatórios contaram com a Igreja católica, que teve papel fundamental na mobilização e apoio a essas organizações.
Em Fortaleza, as primeiras favelas surgiram entre as décadas de 50 e 60, entre as precursoras,segundo Negreiros, estão as favelas do Pirambu, Poço da Droga, Cinza e Lagamar, a população que não tinha acesso a moradia, ocupava ainda áreas irregulares, de proteção ambiental, ou ainda becos, eixos de ruas e áreas de descarga dos resíduos industriais.
A grande visibilidade da luta por moradia digna no Estado ocorreu na década de 60 com a passeada intitulada a “Grande Marcha” liderada pelo padre Hélio Campo, na qual cerca de 30 mil moradores do Pirambu reivindicavam a sua descipropiação. Várias organizações foram importantes na mobilização e luta pela moradia nas cidades cearenses, em especial Fortaleza, dentre elas, destacam-se: Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza (FBFF, em 1982), a