Habermas
A validade das questões empíricas acontece pelo discurso teórico enquanto a das questões morais e éticas acontece pelo discurso prático. Já em Kant a razão teórica seria a que trata da nossa capacidade de pensar a partir da atividade intelectual enquanto a razão prática trata da nossa capacidade de pensar a partir do agir.
Habermas não diferenciava moral de ética tratando tudo como questões morais nas suas avaliações iniciais da ética do discurso. Mais tarde Habermas diferenciou três possíveis usos da razão prática: uso pragmático, uso ético e uso moral.
O uso pragmático da razão é caracterizado pela ação orientada a fins, ou seja, o agir por aquilo que é do interesse do próprio indivíduo. O indivíduo age por interesses próprios não se importando com as consequências no coletivo. No uso pragmático da razão as questões morais e éticas ficam do lado de fora estando apenas a motivação em conseguir o resultado almejado. Nele o critério de avaliação seria a utilidade no alcance da felicidade. O uso desta prática causa muitas injustiças sociais mas, apesar disso, Habermas não dá ênfase para esta análise.
O uso ético da razão prática procura alcançar aquilo que é bom para uma forma de vida individual. O sujeito vai procurar agir de forma harmônica com a vida que ele gostaria de ter e com as formas de vida comum, ao mesmo tempo. As razões éticas aparecem quando nos questionamos de que modo queremos viver enquanto elemento de uma sociedade global civilizada e como queremos tratar as outras espécies. O sujeito ético busca alcançar o seu ideal de vida boa baseando esse ideal, nos valores do contexto social em que participa. O sujeito vai sempre procurar alcançar o que ele acha ser o melhor para ele mas, ele não vai passar por cima dos valores da sua sociedade. Pode-se dizer então, que a ética da razão prática está baseada naquilo que é bom para o sujeito, que é o que é bom para a comunidade no qual ele faz parte. A ética não tem um