Habermas
Há diferenças de método e enfoque as quais tornam possível a comparação entre esses dois autores. Hobsbawm, por exemplo, defende a compreensão do século XX como um período breve, limitado basicamente pela disputa entre os EUA e a URSS pela supremacia mundial. Os marcos para Hobsbawm seriam a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e o fim da URSS (1991). Já para Arrighi, o foco está na afirmação da supremacia estadunidense e na consolidação dos sistemas de economia designados a partir de meados do século XIX. Além da diferença entre marcos e enfoques, há também processos como a expansão político-militar e as revoluções tecnológicas do período. Hobsbawm define o século XX como um período “breve”, iniciado com a deflagração da Primeira Guerra Mundial (1914–1918), e delimitado por três “eras”, que são: uma de “catástrofe”, outra de “ouro” e a última de “desmoronamento”. A coesão entre esse três períodos, segundo Hobsbawm, é dada pelo surgimento do equilíbrio econômico-político entre capitalismo e socialismo, sendo a principal potência capitalista os EUA. O socialismo surge como principal força opositora ao capitalismo e começa uma tentativa pelo equilíbrio de forças, causando fenômenos históricos como a Corrida Armamentista e a criação da Organização das Nações Unidas, por exemplo. O conceito do autor Arrighi diz respeito aos regimes de acumulação de capital, vendo o século XX como gradual ascensão do regime de capital norte americano. O autor vê na afirmação do poder estadunidense a consolidação de uma variedade específica do modo de produção capitalista. Ao contrário de Hobsbawn, Arrighi acredita que no sistema internacional não existe hegemonia apenas no poder político, mas também em regimes de acumulação de capital concentrado em determinados mercados, sendo os bancos pólos de poder que determinam a moeda internacional. O sistema internacional para os dois