Gêneros textuais
A linguagem tende a se organizar em formas diversas, em função das necessidades, dos interesses, das condições de funcionamento dos grupos humanos que a utilizam. No decorrer da história, no quadro de cada sociedade e no quadro de cada língua, foram sendo elaboradas diferentes maneiras de fazer texto, em função de diferentes objetivos sociais ou em decorrência do aparecimento de novos meios de comunicação (Ex.: “e-mail”). As diferentes maneiras de elaborar textos foram e vão constituindo tipos relativamente estáveis de enunciados, uma forma padrão relativamente estável de estruturação do conjunto do texto. Essas formas-padrão ou “modelos de textos”são os gêneros do texto ou de discurso. Cada atividade social tem seus próprios gêneros com temática própria, determinada composição, determinado estilo. Exemplos: na área do Direito, petição inicial, sentença, recurso etc.; na área da Medicina, receitas, bulas etc. Nossos conhecimentos sobre os gêneros estão sempre relacionados às representações sobre o contexto social em que se processa a comunicação (uso, pertinência, eficácia, adequação). Tais representações vão influenciar muitas das características de nossos textos. O gênero influencia o trabalho do produtor no que se refere à seleção dos conteúdos temáticos, ao plano global do texto, à escolha lexical, ao tamanho das orações e dos períodos, aos tipos de laços coesivos (conexões), à utilização ou não de pronomes de primeira ou segunda pessoa, à utilização dos tempos verbais, à maior ou menor correção gramatical etc. Quanto maior for o domínio que tivermos de diferentes gêneros, maior facilidade de compreensão e de produção teremos. Os textos apresentam determinadas características sociocomunicativas — definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição ( por exemplo, reconhecemos diferentes textos até pelo aspecto formal) —, ou porque temos sequências textuais perfeitamente