género cinematográfico
Victor Meyer1
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Introdução
Em maio de 1918, Lênin fez um interessante comentário sobre o nome escolhido para a futura URSS: a expressão 'República Socialista" indicaria a intenção do poder soviético em realizar a transição para o socialismo, e não o reconhecimento das novas disposições econômicas como já socialistas. A distinção é importante e a rigor deve ser estendida às 7 décadas de existência da URSS. Por trás do nome, do mero rótulo, a sociedade soviética erigiu-se sobre um conflito fundamental: a luta entre formas econômicas diretamente originadas do projeto socialista, que poderíamos chamar de formas socialistas primitivas, e as formas econômicas capitalistas. A luta entre essas formas contraditórias, num mesmo tempo e lugar, interpenetrando-se numa formação social aparentemente ambígua, viveu alternância e diferentes correlações desde a revolução em outubro.
Nos idos do Comunismo de Guerra as forças do mercado foram jogadas por terra pela primeira vez na história. Os fatos posteriores iriam mostrar, no entanto, que aquela primeira tentativa ainda não podia representar um xeque-mate sobre a lei do valor. A NEP logo mais adviria como uma primeira reviravolta, restaurando a lei do valor e relegando a planificação ao pano de fundo da cena.
Novas viragens ocorreriam posteriormente, mas o ano de 1991 mostraria de que modo essa luta se concluiu. A vitória das forças capitalistas tem, desde então, forçado a uma maior sistematização de uma discussão que, sob ângulos diversos, remonta aos primeiros tempos da existência da URSS.
Neste trabalho pretendemos nos centrar na discussão do fenômeno econômico. Por que a planificação sucumbiu frente à anarquia do mercado? Evidente que a resposta não poderia ser puramente econômica, mas nem por isso a pergunta deixa de fazer sentido... Para respondê-la, a discussão pode ser conduzida por mais de um caminho. Preferimos aqui seguir um caminho