guerra de canudos
Em 1890, pouco tempo após a Proclamação da República, a fazenda Canudos, da família de Garcia d'Ávila, foi abandonada. Ficava no Sertão Baiano, às margens do rio Vaza-Barris, próximo a Monte Santo, a 410 km de Salvador. O nome Canudos deriva de uma planta local, com haste oca.
Muitos anos antes, em 1861, Antônio Vicente Mendes Maciel, um professor primário e advogado prático, passou a vagar pelos sertões, após ser abandonado pela esposa. Tornou-se conhecido como Antônio Conselheiro por causa de suas pregações.
Muitos pobres, flagelados da seca e ex-escravos passaram a segui-lo. Alguns diziam que ele fazia milagres. Peregrinava pelo sertão com seus seguidores, restaurando capelas, cemitérios e divergindo dos republicanos e dos padres. Acreditava que a Igreja Católica servia aos ricos. Sua aparência despojada e maltratada contribuía para que muitos o repudiassem. Em 1876, foi preso e solto após constatarem sua inocência.
Em 1893, Conselheiro e seus seguidores foram atacados pela polícia, devido a pregações contra a cobrança de impostos. Houve mortes dos dois lados.
No mesmo ano, esses peregrinos fundaram um arraial na fazenda Canudos, chamado Belo Monte. Com o tempo, milhares de sertanejos estabeleceram-se no arraial do novo "messias", chegando a ter cerca de 30 mil habitantes, segundo algumas estimativas. Lá todos tinham abrigo, alimento, trabalhavam e contribuíam para a comunidade. Seus habitantes acreditavam estar em um lugar santo.
Antônio Conselheiro não reconhecia o novo governo da República e pregava o fim do mundo para breve (o conceito de Juízo Final ainda é comum entre os evangélicos). Essa comunidade religiosa, que apenas desejava viver de acordo com suas crenças e recursos próprios, não tinha a simpatia da Igreja Católica, nem de parte da imprensa, muito menos dos governantes.
Cesar Zama, observou em artigo de 1899: Ninguém ignora que gênero de vida levavam os canudenses: plantavam, colhiam, criavam, edificavam e rezavam. Rudes,