Grupos na Atenção Básica
Ao considerar o setor saúde com ênfase na atenção primária a saúde (APS) sabe-se que esta caracteriza-se por um conjunto de ações no âmbito individual e coletivo, realizada por equipes multiprofissionais, que visam à promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde (Ministério da Saúde. Portaria nº. 648, de 28 de março de 2006).
No Brasil, até o surgimento do Programa Saúde da Família (PSF) em 1994, a APS organizava-se em um modelo que entendia a saúde apenas como a ausência de doença, baseando-se em práticas freqüentemente clientelistas, de conteúdo curativo, caracterizando-se como estritamente biomédica. A oferta de atenção restringia-se então no indivíduo e suas patologias, desconsiderando a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, o planejamento a partir de perfis epidemiológicos, o controle social e a participação comunitária.
É sabido que a ESF surgiu para estruturar a atenção básica à saúde nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e reorganizar as práticas baseando-se no conhecimento das reais necessidades da comunidade sob sua responsabilidade, para o alcance tanto da integralidade quanto da eqüidade em saúde (Ministério da Saúde; 1997). Na perspectiva de estruturar o serviço trabalhando sob as necessidades da comunidade implica-se em utilizar de abordagens mais amplas e complexas do que as centradas no cuidado curativo. Nessa perspectiva, a atuação dos trabalhadores de saúde não deve restringir-se apenas à unidade básica de saúde (UBS) sendo necessário então, que ocorra cuidado também nos domicílios e demais espaços comunitários, permitindo maior contato com as singularidades dos sujeitos e sua família, de forma a contribuir para as ações efetivas e adaptadas às desigualdades dos grupos sociais e