Greves na ditadura
Em 1968 os operários da siderúrgica Belgo Mineira em Contagem, Minas Gerais, paralisaram suas atividades e concentraram-se em frente a sede da empresa, reivindicando reajuste salarial acima do teto de 17% proposto pelo governo.
O trabalho dos grupos de esquerda foi percebido claramente, através da Ação Popular (AP), da Corrente Revolucionária e do Comando de Libertação Nacional (COLINA). Essas organizações continuaram influenciando as atividades do sindicato e começaram a desenvolver intenso trabalho de agitação nas fábricas. Sempre que puderam, utilizaram a estrutura do órgão nesta tarefa, sem que ficasse muito aparente, camuflando deliberadamente a participação dos sindicatos nas ações. (SANTANA, 2008).
Após três dias de greve começaram as adesões de trabalhadores de outras empresas, tais como: Mannesmann, Belgo Mineira de João Monlevade, Acesita, entre outras. A paralisação contou com a participação de quinze mil operários.
A agitação foi tamanha que o Ministro Jarbas Passarinho deslocou-se pessoalmente até o local da greve, entrando em acordo com os trabalhadores e lhes concedendo 10% de aumento, colocando, assim, fim a greve. (WEFFORT, 1972; GORENDER, 1987).
4.2 O movimento de Osasco
Diante da vitória da greve em Contagem, Minas Gerais, Osasco também se encorajou a realizar greve também por melhoria na condição salarial dos trabalhadores.
A greve em Osasco foi bastante estruturada e planejada. A perspectiva era ocupar as fábricas de forma sucessiva, estendendo para toda a Osasco e depois para São Paulo. A visão dos planejadores era de que a repressão ao movimento demoraria um pouco, levando-se em conta as ações do governador Abreu Sodré, com relação ao movimento dos estudantes e a posição assumida pelo governo quando da greve de Contagem. Não foi o que aconteceu. A ditadura reagiu rápido, conjugando negociação e repressão. Apesar do clima de entusiasmo reinante, ao fim do primeiro dia uma forte repressão abateu-se sobre a cidade.